Mestres das Kebradas na Índia

Atualizado: 8 de jun. de 2020

Veja os principais momentos da primeira etapa da jornada de desaprendizagem

ESPECIAL MESTRES DAS KEBRADAS NA ÍNDIA

::Por Giselle Paulino, de Delhi; fotos de Haroldo Castro::

 

Da esquerda para a direita, o Maharana Hermes de Sousa, a Rainha Tina Gonçalves, a Rainha Mãe Eda Luiz, a princesa Elem Fernandes e o Maharana do samba Claudinho Miranda no castelo de Udaipur.
Da esquerda para a direita, o Maharana Hermes de Sousa, a Rainha Tina Gonçalves, a Rainha Mãe Eda Luiz, a princesa Elem Fernandes e o Maharana do samba Claudinho Miranda no castelo de Udaipur.

De 2 a 17 de fevereiro, cinco líderes comunitários do Jardim Pantanal, Jardim Nakamura, Capão Redondo e Ermelino Matarazzo participaram de um programa de troca de experiências em educação livre na Índia. A vivência faz parte da criação de uma universidade na periferia que reconhece como “professores” pessoas com conhecimentos práticos que se dedicam a solucionar questões complexas da sociedade como violência, lixo, educação e alimentação, entre outros. Também participaram da jornada um grupo de pessoas interessadas em educação livre e que desenvolvem projetos que resgatam suas próprias formas de aprendizagem em suas comunidades.

Esta série de seis postagens traz reflexões, poemas e reportagens sobre os principais momentos da jornada em Delhi. Os líderes tiveram contato com a cultura da Índia, dormiram em Ashram e visitaram o magnífico Taj Mahal, mausoléu situado em Agra, um dos monumentos mais conhecido do país.

 

Da esquerda para direita, Hermes de Sousa, Claudinho Miranda, Gi Paulino, Haroldo Castro, Nelson Vilaronga, Suelen Brito, Eda Luiz, Suzana Nory, Tina Gonçalves e Elem Coelho, no Taj Mahal em Agra.
Da esquerda para direita, Hermes de Sousa, Claudinho Miranda, Gi Paulino, Haroldo Castro, Nelson Vilaronga, Suelen Brito, Eda Luiz, Suzana Nory, Tina Gonçalves e Elem Coelho, no Taj Mahal em Agra.

“O Taj Mahal é o símbolo do que o amor por alguém pode construir externamente. Me faz imaginar o que podemos construir internamente quando estamos no sentimento do amor.” (Claudinho Miranda, Favela da Paz)

Um dos pontos altos foi a troca de experiência com a escola Sarvodaya Vidyalaya região de favelas ao Norte de Delhi. A escola enfrentou a violência e evasão escolar de alunos com espaço para descolarização e atividades como meditação, práticas de autoconhecimento e aulas de música, dança, vídeo e patins.

O grupo teve a oportunidade de se hospedar no Ashram Sri Aurobindo e entrar em contato com a história de um dos grandes líderes políticos e espirituais que a Índia teve. Sri Aurobindo lutou pela independência do país no final do século 19 e a partir de 1910 dedicou-se apenas à vida espiritual. Sri Aurobindo via o ser humano como um ser em evolução. Dizia que, em vez de se fechar num monastério, o homem deveria transformar a vida.” Em 1968, Mirra Alfassa, discípula de Aurobindo, criou uma cidade para colocar em prática as idéias de seu mestre. Em Delhi, seu ashram é um oásis verde na cidade.

 

No Ashram do Sri Aurobindo, oásis verde e silencioso em Delhi, Elem Coelho, admira quadro da "Mother".
No Ashram do Sri Aurobindo, oásis verde e silencioso em Delhi, Elem Coelho, admira quadro da “Mother”.

 

No café da Navdanya em Dili Haat grupo experimenta comida orgânica e com ingredientes que estavam desaparecendo da biodiversidade. Navdanya e o movimento criado pela ambientalista Vandana Shiva há mais de 30 anos para devolver aos agricultores o direito de plantar alimentos orgânicos.
No café da Navdanya em Dili Haat grupo experimenta comida orgânica e com ingredientes que estavam desaparecendo da biodiversidade. Navdanya e o movimento criado pela ambientalista Vandana Shiva há mais de 30 anos para devolver aos agricultores o direito de plantar alimentos orgânicos.

 

A próxima série de postagens trará notícias da jornada em Udaipur, Rajastão, com as organizações Swaraj University e Shikshantar, Universidade da Cadeia, comunidades de camelos, e muito mais.

“A Índia é uma desconstrução de coisas que a gente aprende na rua. É surpreendente. Tivemos uma nova surpresa em cada pedacinho dessa jornada.” (Eda Luiz, educadora)

O movimento de educação livre na Índia foi iniciado por Manish Jain, cofundador da Shikshantar e Universidade Swaraj. Manish estudou em Harvard e trabalhou em Wall Street e em organizações da ONU. Decepcionado com o modelo de educação atual, voltou à Índia para começar um movimento que honra saberes não reconhecidos pela educação tradicional.

Manish Jain esteve no Brasil em 2018 e 2019 e inspirou o projeto de universidade livre desenvolvido nas periferias de São Paulo que recebe o nome de UniDiversidade das Kebradas. A UniKebradas faz parte de uma aliança de mais de 100 iniciativas em 40 países que reconhecem suas próprias formas de aprendizado e de conhecimento como maneiras para solucionar questões sociais e ambientais do planeta.

*O projeto Mestres das Kebradas na Índia é uma iniciativa da UniDiversidade das Kebradas e foi viabilizad graças a um financiamento coletivo que captou cerca de 75 mil reais por parte de mais de 100 doadores. A logística da viagem foi executada de forma pro-bono pela Viajologia Expedições, operadora especializada em viagens de conhecimento e em rotas fora do usual. O projeto é uma parceria com a Articulação Sul, organização que trabalha para promover iniciativas de cooperação Sul-Sul que visem a construção de sociedades mais justas, igualitárias e sustentáveis

Manish Jain esteve no Brasil em 2018 e 2019 e inspirou o projeto de universidade livre desenvolvido nas periferias de São Paulo que recebe o nome de UniDiversidade das Kebradas. A UniKebradas faz parte de uma aliança de mais de 100 iniciativas em 40 países que reconhecem suas próprias formas de aprendizado e de conhecimento como maneiras para solucionar questões sociais e ambientais do planeta.
 *O projeto Mestres das Kebradas na Índia é uma iniciativa da UniDiversidade das Kebradas e foi viabilizad graças a um financiamento coletivo que captou cerca de 75 mil reais por parte de mais de 100 doadores. A logística da viagem foi executada de forma pro-bono pela Viajologia Expedições, operadora especializada em viagens de conhecimento e em rotas fora do usual. O projeto é uma parceria com a Articulação Sul, organização que trabalha para promover iniciativas de cooperação Sul-Sul que visem a construção de sociedades mais justas, igualitárias e sustentáveis

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